O Ceramista


O Equilíbrio do Ceramista
Para muitos ceramistas o equilíbrio também vacila entre a vida e o trabalho a ponto de que ambos tornam-se totalmente integrados entre si. É diferente para cada pessoa. O anseio por algum tipo de equilíbrio é crucial para a estabilidade e crescimento do indivíduo, pois que forma o fundamento para a exploração pessoal em qualquer direção que pareça válida para a pessoa. Equilíbrio mais do que tudo, é o trampolim que podemos usar para crescer à nossa moda. É o estado de ser a partir do qual podemos nos tornar o que escolhemos. Somos produto do amálgama de tudo o que já vimos, ouvimos, comemos, bebemos, sentimos e amamos. Quando se pode atingir o equilíbrio o mundo abre-se para explorações subsequentes.

Fazer cerâmica funcional envolve inevitavelmente o compromisso de preencher as necessidade de um determinado objeto. O equilíbrio nasce da pergunta: " O que é mais importante para quem faz é a autosatisfação, ou a satisfação de necessidades?" Não há razão suficiente para que não se possa atender a ambas as demandas ao mesmo tempo. A natureza do ceramista funcional na minha experiência, é tal que ele deseja produzir objetos que proporcionam prazer ao usuário através de seu uso; são objetos projetados tendo em mente as pessoas, e feitos com amor, convicção, honestidade e integridade. Se é possível fazer isto, sejam qauis forem os gostos estéticos pessoais, provavelmente produzir-se-á objetos que não só refletirão seu executante como também através de sua honestidade, serão notados.



O Crescimento do Ceramista

O desenvolvimento de uma expressão pessoal em qualquer tipo do fazer cerâmica é, geralmente, resultado de longa imersão na mecânica do ofício, ao lado de uma estrita visão seletiva dos estímulos que o mobilizam. Disciplina rigorosa fornece as habilidades necessárias para permitir a liberdade de expressão para que não fique aprisionado no "como" e possa preocupar-se com o "para que". É como o músico que pratica infinitas escalas e arpejos sem o que não pode fazer música. Se queremos "fazer música" em nossos trabalhos em cerâmica, a compreensão da forma, detalhes e variações são nosso equivalente ao treino musical com escalas e arpejos. Sem isto nossas composições são amorfas e frouxas.

A própria disciplina pode ser uma forma de estímulo através do controle gradual que é adquirido através da experiência. Encoraja a segurança natural como os progressos de uma criança  da imobilidade à aquisição da capacidade de locomover-se, através de uma série de processos de aprendizagem conhecidos e esperados. Só quando atinge o equivalente ao ponto em que a criança é capaz de correr é que o ceramista pode sentir-se confiante de que não vai tropeçar e cair fazendo papel de bobo! A corrida da criança não tem como ponto principal a preocupação com a queda, mas onde ela que chegar; assim deve ser com o trabalho do ceramista. Geralmente são necessários 2 1/2 a 3 anos de esforços diários exercidos a todo instante para que a criança possa sentir-se confiante para correr. Se a criança quer tornar-se um atleta ou dançarino são necessários muitos anos mais de treino rigoroso e prático para alcançar um apogeu. Estranhamente há aqui muitos paralelos pois que tempo e esforços necessários para alcançar o ápice como artista são quase os mesmos que são precisos para uma criança vir a ser um atleta - 15 a 20 anos. Há algumas precocidades, mas poucas. Para a maioria o esforço é pesado até estar apto a dançar.

O Ritmo do Ceramista
O desenvolvimento de uma expressão pessoal em qualquer tipo do fazer cerâmica é, geralmente, resultado de longa imersão na mecânica do ofício, ao lado de uma estrita visão seletiva dos estímulos que o mobilizam. Disciplina rigorosa fornece as habilidades necessárias para permitir a liberdade de expressão para que não fique aprisionado no "como" e possa preocupar-se com o "para que". É como o músico que pratica infinitas escalas e arpejos sem o que não pode fazer música. Se queremos "fazer música" em nossos trabalhos em cerâmica, a compreensão da forma, detalhes e variações são nosso equivalente ao treino musical com escalas e arpejos. Sem isto nossas composições são amorfas e frouxas.

A própria disciplina pode ser uma forma de estímulo através do controle gradual que é adquirido através da experiência. Encoraja a segurança natural como os progressos de uma criança  da imobilidade à aquisição da capacidade de locomover-se, através de uma série de processos de aprendizagem conhecidos e esperados. Só quando atinge o equivalente ao ponto em que a criança é capaz de correr é que o ceramista pode sentir-se confiante de que não vai tropeçar e cair fazendo papel de bobo! A corrida da criança não tem como ponto principal a preocupação com a queda, mas onde ela que chegar; assim deve ser com o trabalho do ceramista. Geralmente são necessários 2 1/2 a 3 anos de esforços diários exercidos a todo instante para que a criança possa sentir-se confiante para correr. Se a criança quer tornar-se um atleta ou dançarino são necessários muitos anos mais de treino rigoroso e prático para alcançar um apogeu. Estranhamente há aqui muitos paralelos pois que tempo e esforços necessários para alcançar o ápice como artista são quase os mesmos que são precisos para uma criança vir a ser um atleta - 15 a 20 anos. Há algumas precocidades, mas poucas. Para a maioria o esforço é pesado até estar apto a dançar.


O Ceramista em Ação - O Trabalho do Ceramista
As raízes são a parte da planta que permanece oculta. Fixando-se no solo retirando dele o alimento e armazenando-o. Raízes também é palavra que se refere aos nossos ancestrais, aquelels que vieram antes. Para muitos ceramistas ambos significados tem grande validade. Como artistas e artesãos, todos viemos de algum lugar e as múltiplas experiências que nos tocaram emocionalmente tornam-se parte da rede estrutural que nos leva a fazer o que fazemos, alimentando-a.

Uma das primeiras coisas que nos devemos dar conta na rede estrutural de um ceramista é que fazer cerâmica utilitária é uma disciplina rigorosa que demanda esforços constantes e contínuos para que possa crescer e desnvolver-se. Há poucos atalhos. O desenvolvimento se dá através da vida; algumas vezes a largos passos; outras, com movimentos quase imperceptíveis. É, provavelmente, o mais frustante dos ofícios de arte, sendo uma combinação de arte e ciência, escultura e pintura, forma e superfície, função e uso.

Para sobreviver como ceramista é preciso ser artista, negociante, carpinteiro, operário, químico, técnico, piromaníaco, bombeiro, artesão e inovador, tudo ao mesmo tempo - é preciso ser , afinal, uma pessoa perfeitamente prática. Fazer cerâmica é um ofício que , uma vez bem estabelecido, é como um vício - é quase impossível ver-se livre dele. Ao mesmo tempo, pode ser sedutor, sensual e tão hedonisticamente satisfatório que, às vezes até nos induz ao sentimento de culpa. A alegria de fazer objetos úteis, agradáveis aos sentidos, que emergindo do barro inerte e sem forma é difícil  de ser adequadamente descrita. Aqueles que trabalham bem a cerâmica não são bem sucedidos financeiramente da forma como o sucesso é medido nesta sociedade orientada para o dinheiro. Mas se olharmos fora e nos detivermos na qualidade de vida global eles são mais ricos do que se pode imaginar. Mas, contas feitas, não há nada na vida que tenha me dado tanta satisfação como o exercício da cerâmica. Muitos ceramistas que conheço em várias partes do mundo, não trocariam voluntariamente sua vocação por qualquer outra.

Países relativamente novos como Canadá, Austrália, África do Sul, Estados Unidos, têm pouca tradição na área da cerâmica. O perfil das sociedades que formam esses países é um amálgama de diferentes grupos étnicos e culturais provenientes de várias partes do mundo. Durante o período da colonização, pouco tempo era dedicado às amenidades da vida, tais como a arte. A própria vida era um processo de sobrevivência e neste processo as artes tinham um lugar de pouca importância imediata. O resultado evidente de muitas gerações com experiência limitada das artes, tende a ser um estado de penúria cultural e consequentemente procura por uma identidade individual - a confiança no indivíduo como suas únicas raízes. Há uma enorme diferença neste sentido, nos países do Oriente, da Europa, do Oriente Médio, nos países Islâmicos, onde tem havido tradições cerâmicas contínuas há milhares de anos. É como uma planta de enormes raízes profundas, com crescimento estável e floração intermitente.

O ceramista contemporâneo nos países novos frequentemente se sente desenraizado e perdido na procura de inspiração significativa e crescimento pessoal. É bombardeado com estímulos visuais através de livros, revistas, TV, etc., de tal forma que a excessiva confusão dos sentidostende a impedir uma visão clara das direções que deve tomar. No cômputo final o que sobra deste bombardeamento é frequentemente a imersão em culturas exóticas e estranhas como fontes de estímulos, em lugar do crescimento natural  proveniente de coisas do ambiente do ceramista, experiência e necessidades locais. Em certo sentido, este sentimento de falta de raízes é saudável e força o ceramista a avaliar a si próprio e tomar decisões baseadas em sua própria estética. Isto é, particularmente, o que acontece com as pessoas que possuem forte identidade individual. Para outros esta falta de raízes pode conduzir à dependência do ecletismo, pinçando pequenas porções de vários lugares e fazendo delas um sanduíche com pouco conhecimento ou consideração a propósito de relevância ou origem.
Texto de Robin Hopper - British Columbia, Canadá.


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